Há uns poucos anos atrás, eu não sabia nem o que era esse tal de Orkut. Quando as pessoas vinham perguntar se eu tinha um perfil no dito site de relacionamentos, parecia que estavam falando sobre alienígenas. Ou que eu era a alienígena. De repente, parecia que tinham me tirado o título de cidadã do mundo, só porque eu não “tinha Orkut”.
Eu até consegui resistir à pressão por um tempo, mas, sabe como é, tempo vai, tempo vem, você finalmente passa no vestibular ou coisa que o valha, não tem mais desculpas, aí... Pimba! Clica lá no convite que aquele amigo legal (leia-se aliciador maldito) te enviou.
A gente tem a sensação da descoberta de um mundo novo: o da vida alheia. O início é tímido, olhando como anda a vida dos amigos mais chegados, até que você olha o profile do primeiro estranho. A partir daí se desenvolve uma sanha absurda pela vida do próximo (ou não tão próximo assim, afinal a vítima pode ser um habitante da Moldávia). Última viagem, onde trabalha, onde estudou, quem são seus irmãos, quais tipos de música gosta, onde mora. Sim, porque até isso a gente consegue descobrir.
Quando a gente se dá conta, até tenta parar, se tornar uma usuária mais comedida, mas qual! O tal site está sempre inventando uma armadilha nova, e a gente sempre cai. A pior foi a tal das “últimas atualizações”. Você vai lá dar uma olhadinha inocente nos seus scraps, e lá está todo o registro da movimentação de seus friends. Aí você vê que, oh, céus, o fulano mudou o status do relacionamento! Não custa nada conferir a novidade, né? Quem foi que terminou, quem é a nova namorada ou namorado... E assim, de atualização em atualização, gastamos horas na frente da telinha do computador sabendo das últimas fofocas. É, o termo é forte, mas necessário.
De acordo com minha amiga Míriam, eu sou uma fuçadora incorrigível da vida alheia que usa o Orkut como ferramenta de trabalho. Eu discordo. O que ocorre é o inverso: a culpa é toda do Orkut, que seduziu a inocente moçoila aqui a levar uma autêntica vida de comadre, pra irmã cajazeira nenhuma botar defeito.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
[+/-] |
Vida de Comadre ou Orkuteando |
sexta-feira, 2 de maio de 2008
[+/-] |
Tolerância |
"Então falou Pedro dizendo: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável."
(Atos 10:34)
Art. 3° - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação."
(Constituição da República Federativa do Brasil)
Marcadores:
Gente
quinta-feira, 1 de maio de 2008
[+/-] |
Xô, Pornografia! |
Um dia desses me deu vontade de falar sobre esse assunto. Foi quando eu fui entrar na net pra procurar aquelas fotos famosas, premiadas, aquelas tipo a do cara que ficou na frente dos tanques na China pra impedir a passagem deles. Na maior inocência, coloquei na caixa do Google "fotos famosas", assim, com aspas e tudo. Aí apareceram uns trocentos sites do tipo: 'fotos de famosas sem roupa', 'aqui, fotos de famosas sem calcinha'. Tive que penar pra achar um site sério, que tivesse o que eu estava procurando.
A Internet virou uma porcaria, mesmo. Em qualquer site, inclusive no orkut (onde um monte de crianças tem perfil, diga-se de passagem), é muito facil encontrar conteúdo pornográfico, ter acesso a ele. Tem pra todos os gostos, inclusive pedófilos.
É terra sem dono, e é difícil para o Direito fiscalizar o cyberspace, que tem milhares de sites que podem ser fechados e recriados com outro endereço e o mesmo conteúdo. É meio que um jogo de gato e rato, onde o rato tem vantagem.
Tivemos alguns avanços nesse aspecto. Eu vi no site SaferNet que o Google entregou os dados dos perfis suspeitos com o "cadeado" à CPI da Pedofilia para investigação, coisa nunca antes feita, comprometendo-se inclusive a implementar um conjunto de medidas que possam coibir a prática de crimes de pedofilia na Internet.
A Internet virou uma porcaria, mesmo. Em qualquer site, inclusive no orkut (onde um monte de crianças tem perfil, diga-se de passagem), é muito facil encontrar conteúdo pornográfico, ter acesso a ele. Tem pra todos os gostos, inclusive pedófilos.
É terra sem dono, e é difícil para o Direito fiscalizar o cyberspace, que tem milhares de sites que podem ser fechados e recriados com outro endereço e o mesmo conteúdo. É meio que um jogo de gato e rato, onde o rato tem vantagem.
Tivemos alguns avanços nesse aspecto. Eu vi no site SaferNet que o Google entregou os dados dos perfis suspeitos com o "cadeado" à CPI da Pedofilia para investigação, coisa nunca antes feita, comprometendo-se inclusive a implementar um conjunto de medidas que possam coibir a prática de crimes de pedofilia na Internet.
Esses comportamentos revelam que a nossa sociedade tem uma espécie de obsessão pela pornografia que é algo fora do normal, e não é apenas na web. Encontramos apelação em todo canto. Na rua, tá cheio de outdoors de marcas de roupa cuja campanha tem uma conotação sexual. Pessoalmente, eu não preciso pensar em sexo pra comprar uma roupa. Na TV, então, não precisa nem falar. Novela, seriado, programas de auditório...tudo tem que ter pelo menos um pouco de conteúdo apelativo. A última moda agora é a tal da "mulher melancia", a moça com o popozão mais idolatrado do nosso Brasil varonil. É questão de cultura mesmo, porque tem quem assista.
E não me venham com a conversa de que pornografia é uma coisa normal, e que isso que eu tô falando é papo de cristão conservador. Um estudo realizado pelo Comitê de Ciência e Tecnologia do Senado norte-americano mostrou que a pornografia na Internet pode ser mais viciante do que o crack ou a cocaína. Imagens de pornografia, misoginia ou pedofilia podem provocar efeitos negativos em muitos internautas, e eles levam mais tempo para se recuperar do que os usuários de crack ou cocaína. Esses últimos ainda têm a vantagem de que podem eliminar a droga de seus organismos, coisa que os viciados em pornografia digital não podem fazer, porque mesmo depois do tratamento as imagens continuam nas suas mentes. A co-diretora do Programa de Psicopatologia e Traumas Sexuais da Universidade de Pensilvânia, Mary Anne Layden, considera a pornografia na Net o maior perigo para a saúde psicológica das pessoas. Para ela, a Web tem o melhor sistema de entrega de drogas. O usuário é anônimo e facilmente estimulado a adquirir novos padrões de comportamento, e a droga é entregue 24 horas por dia, 7 dias por semana, em sua própria casa.
Nós podemos nos mobilizar pra mudar esse quadro, denunciando os perfis, sites e comunidades que cometam esse tipo de crime e não fazendo público pra baixaria na TV e em outros espaços.
Pra ajudar você a se informar, aqui você encontra o site da ONG SaferNet, onde tem as últimas notícias sobre o combate aos crimes virtuais e um espaço para denúncia, e aqui tem o site da Sexxchurch, que discute de forma aberta e responsável o problema da pornografia.

Andressa Soares, a mulher melancia.
Será que alguém, alguma vez, se questionou sobre
quais serão seus sonhos, como é sua família ou o que
ela pensa a respeito da fome no Brasil?
Assinar:
Postagens (Atom)